sexta-feira, março 17, 2006

Dinheiro

Dinheiro: quanto você precisaria ter para ser feliz?
SÃO PAULO - Todos nós temos sonhos, muitos dos quais envolvem algum tipo de realização financeira. Mas você saberia dizer o quanto exatamente precisaria para ser feliz? Que tipo de aumento patrimonial você precisaria ter para que isso tivesse um impacto na sua qualidade de vida?
Ainda que a maioria das pessoas tenha como objetivo acumular um patrimônio, ou fazê-lo crescer, poucas têm uma idéia clara do quanto precisariam acumular para alcançar a sua felicidade. Assumindo que você esteja entre a minoria que sabe o que quer, e que tem tudo planejado, você estaria disposto a correr os riscos necessários para alcançar a sua meta financeira?
À primeira vista, a resposta a essa pergunta parece simples, e boa parte das pessoas diria que sim. Porém, recentes estudos na área de Finanças Comportamentais indicam que não é bem assim. O seu patrimônio, ou seja, aquilo que você já acumulou importa muito para você, e não raro preocupado em protegê-lo você opta por não correr os riscos necessários para fazê-lo crescer.
Lei dos retornos decrescentes
Estranho? Nem tanto. A avaliação dos conceitos de Finanças Comportamentais indica que cada R$ 1,00 que você recebe acima daquilo que considera como essencial para a sua sobrevivência tem menos utilidade marginal do que o real que recebeu antes dele.
Na prática, isso significa que, uma vez satisfeita sua necessidade financeira de sobrevivência (vale lembrar essa necessidade varia de pessoa para pessoa), cada novo R$ 1,00 que você recebe implica em uma satisfação marginal menor do que o anterior. Isso porque a cada novo real que recebe, você realiza necessidades cada vez menos importantes. Uma postura que em economia é conhecida como "lei os retornos decrescentes".
Se o interesse das pessoas diminui a cada novo real que recebem, isso significa que, na prática, nos preocupamos mais em perder um real do que ganhar outro. Em outras palavras, nós sofremos mais com a perda de dinheiro que já tínhamos alocado para a realização de uma determinada necessidade do que o fato de não conseguirmos ganhar mais dinheiro para realizar necessidades menos prioritárias.
Medo de perder é maior
Essa relação de tristeza acontece porque, ao definirmos nossos objetivos, tendemos a priorizá-los. De forma que uma vez alcançada uma meta, outra nova meta surge, e ela é menos essencial do que a anterior que alcançamos.
Em Finanças Comportamentais esse tipo de sentimento é conhecido como aversão assimétrica ao risco. O nome assusta, mas o conceito pro trás é simples: perder dói mais do que a felicidade que temos quando ganhamos.
Para quem discorda, vale a pena uma reflexão. Você se sentiria feliz se tivesse R$ 1 milhão para investir? Feito isso, qual seria o seu próximo passo? Certamente juntar outros R$ 500 mil seria bastante bom. Mas, você não concorda que a tristeza de perder R$ 500 mil seria maior do que a alegria de acumular essa mesma quantia?Investindo em você
Até agora concentramos nossa discussão acerca de patrimônio, quando na realidade a aversão assimétrica ao risco é maior em relação à renda. Sua situação financeira é tranqüila? Na dúvida sobre o que isso significa? Você não pertence ao seleto grupo de bilionários brasileiros, mas também não se estressa muito controlando cada centavo quando vai ao supermercado (a menos é claro que tenha se transformado em pão duro).
Caso tenha respondido afirmativamente, você provavelmente irá concordar que um aumento salarial, ainda que bem vindo, não irá alterar o seu estilo de vida da mesma forma que uma queda substancial da sua renda, ou o desemprego.
Reflita sobre tudo isso e faça novamente a seguinte pergunta: acumular mais dinheiro lhe traria mais felicidade? Não seria essa felicidade mais facilmente alcançável se você aprendesse a gerir melhor aquilo que acumulou? Você está preparado para arriscar aquilo que demorou anos para juntar?
Independente de qual foi a sua escolha uma coisa é certa: tanto quem prefere preservar quanto quem está disposto a correr risco deve saber tomar decisões corretas para o dinheiro. E, para isso, é preciso, além de planejar, investir na sua educação financeira.
( Matéria do site msn finanças 17/03/06)

Um comentário:

Anônimo disse...

Oi Lu! Bem interessante este artigo, e me parece que tem tudo a ver com sua situação atual né. Realmente ninguém gosta de se arriscar (sair de uma situação estável, ainda que abaixo da desejada, para uma incerta), mas acho que cedo ou tarde todos sempre se arriscam um pouco.

Desejo muito sucesso pra vc neste novo caminho que vai seguir! E vê se não some tá! Beijoss... se cuida...